
Ao mesmo tempo em que o crescimento da candidatura de Sanders durante a escolha realizada pelos eleitores democratas em Iowa, New Hampshire e Nevada não poderia garantir a vitória do senador, a grande virada de Biden tampouco determina que o ex-vice de Obama será escolhido para desafiar Trump. As primárias realizadas nesses três estados e mais a ocorrida na Carolina do Sul corresponderam a apenas 4% dos delegados.
Vale uma pequena explicação sobre o processo:
Para levar a indicação, o pré-candidato precisa obter os votos de 1.991 do total de 3.979 delegados do Partido Democrata. Ou seja, a maioria simples. O vencedor dessa disputa interna será oficialmente declarado durante a Convenção Nacional Democrata (DNC, em inglês), marcada para acontecer em Milwaukee a partir de 13 de julho. Mas é provável que o adversário de Trump seja conhecido bem antes disso.
Depois das primárias marcadas para o dia 17 de março, 60% dos delegados já terão seus votos destinados a um dos candidatos. Após as primárias realizadas no chamado "Acela Corridor" (que reúne os estados de Rhode Island, Connecticut, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware e Maryland ), em 28 de abril, 90% dos votos estarão decididos. Este é o momento em que possivelmente iremos conhecer o pré-candidato Democrata.
Há uma razão para que eu não crave a decisão sobre o candidato Democrata no final de abril; se nenhum dos candidatos conquistar a maioria dos delegados, o processo de escolha passará a contar com os votos dos chamados "superdelegados". Neste caso, são 770 votos que, em caso de necessidade ao término da corrida interna, serão decisivos e que determinarão o adversário de Donald Trump em novembro.
O retrato de momento aponta leve favoritismo de Joe Biden. De acordo com o consolidado dos números e levantamentos realizados, o portal RCP - que, como escrevi anteriormente, reúne todas as pesquisas - mostra Biden com 75 delegados a mais que Sanders. Biden tem 467, Sanders tem 392.